Matéria de entretenimento do Jornal de Santa Catarina: "A rotina de quem vive num passe de mágica"
Fonte: http://www.clicrbs.com.br/especial/sc/jsc/19,6,3799101,Magicos-de-Blumenau-revelam-estilo-de-vida-da-rotina-ilusionista.html
Variedades
- Caderno VIVER
Mágicos de Blumenau revelam estilo de vida da rotina ilusionista
Curiosidades do dom da ilusão são contadas por artistas da mágica clássica, close up e cômica
Um peixe que aparece numa taça, um pedaço de papel que se
transforma em dinheiro, uma mesa que levita. Assim, num passe de mágica.
Quem nunca se perguntou quais são os segredos que fazem a mágica
acontecer? A resposta para essa pergunta que confunde a razão pelo que
os olhos veem pertence a eles, os mágicos. Os segredos dos números não
podem ser revelados, mas a curiosidade de quem vive a magia no dia a dia
é contada nesta reportagem por Elimar Russi Filho, Gilson Ramiro e
Edson Rogério da Silva. O primeiro faz mágica clássica, o segundo close
up e o terceiro, mágica cômica. Três estilos diferentes, mas com um
mesmo objetivo: encantar.
Hoje, a Associação dos Mágicos de Santa
Catarina (AMSC) integra cerca de 30 mágicos, entre amadores e
profissionais. Alguns vivem da arte da magia e outros, agregam outras
atividades profissionais à rotina diária. A Associação promove workshops
e cursos de reciclagem. O mágico blumenauense Elimar Russi Filho foi um
dos fundadores da associação, há 12 anos. Hoje, atua como diretor de
Relações Públicas da AMSC.
Entre as características de um mágico,
Elimar aponta que ele deve ser elegante, nunca revelar o segredo, ter
dedicação, treinar bastante – principalmente em frente a espelhos para
perceber os diferentes ângulos – e ter ética. Ele comenta que os
segredos não são revelados para não acabar com a magia e a revelação é
proibida pelas associações. O palhaço-mágico Edson Rogério da Silva, o
Tio Eddie, afirma que quando alguém pergunta o segredo, ele responde:
– A mágica é como uma piada: só se conta uma vez. Na segunda, perde a graça.
Dificuldades
Do outro lado da paixão pela arte mágica, está a dificuldade para
viver apenas da renda dos shows. Ao mesmo tempo em que é mágico, Elimar
já trabalhou como analista de sistemas e foi proprietário de uma
lanchonete e de loja de informática em Blumenau. Hoje, atua como
autônomo em sistemas elétricos.
– O maior desafio do artista é o incentivo e o reconhecimento – afirma.
A mesma divisão de tempo e atuações ocorre com Gilson. Além de fazer mágica close up, ele trabalha como vendedor.
– A cultura em Blumenau não vive 24 horas – comenta o mágico.
Já Tio Eddie vive da arte e não exerce nenhuma outra atividade além dos shows de mágica cômica.
Fonte: http://www.clicrbs.com.br/jsc/sc/impressa/4,1147,3798741,19861
|
Foto:
|
23/06/2012 | N° 12605
CAPA
Fabricantes de magia
De cartola, gravata borboleta, camisa vermelha de manga curta e com a
varinha mágica. Eis que sobe ao palco o mágico blumenauense Elimar Russi
Filho, 35 anos. Ele completa 30 anos de profissão este ano e é o
ilusionista com mais tempo de atuação em Santa Catarina. Quando tinha
cinco anos, Elimar viu uma apresentação de mágica na tevê e ficou
impressionado. Imediatamente quis fazer a bola de gude que tinha na mão
desaparecer. Aos seis, a mágica começou a fazer parte de sua vida.
Na
época, em 1982, o pequeno blumenauense era considerado o mais jovem
mágico do mundo. Os primeiros passes de mágica foram feitos para a
própria família. Mas não demorou para ele apresentar shows em eventos
empresariais e festas. A certeza de que este era o caminho a seguir veio
com a conquista do primeiro lugar no campeonato estadual do Encontro
Cultural do Mobral de Santa Catarina (Emobresc) de 1985, em Concórdia.
No
ano seguinte, em 1986, aos nove anos, Elimar representou Santa Catarina
num festival internacional de mágicos em São Paulo. Lá, foi premiado
como revelação do ano. O incentivo da mágica veio do tio Ivo Hadlich,
que era diretor do grupo teatral blumenauense Ribalta. O aprendizado foi
através de cursos por correspondência. Hoje, os números de mágica que
sabe fazer são incontáveis. Conhece mais de mil e faz shows
personalizados.
Recompensa
Elimar se apresenta em
cidades catarinenses, em aniversários, casamentos e festas diversas.
Além disso, realiza shows em escolas catarinenses da rede pública com o
projeto A Educação da Arte Mágica. Durante as apresentações, que duram
cerca de 40 minutos, interage com a plateia.
– As pessoas se sentem parte da mágica. A maior recompensa é o reconhecimento do público e a intensidade dos aplausos – conta.
Entre
os números estão os Arcos Chineses, clássico da mágica que ele
apresenta ao longo da carreira, e Levitação da Mesa. Ele também engole a
espada, número que treinou durante um ano quase todos os dias. Quando
os números são novos, ele treina seis dias por semana, por no mínimo uma
hora. As apresentações variam conforme a época do ano, mas a média é de
quatro shows por mês.
Ele usava animais nos números, mas não os
utiliza mais desde que eles foram proibidos em circos em Blumenau, em
2008. Hoje, o pequeno Rakoon, um furão artificial, faz parte de alguns
números.