Fonte: http://www.clicrbs.com.br/
Variedades - Caderno VIVER
Mágicos de Blumenau revelam estilo de vida da rotina ilusionista
Curiosidades do dom da ilusão são contadas por artistas da mágica clássica, close up e cômica
Um peixe que aparece numa taça, um pedaço de papel que se transforma em dinheiro, uma mesa que levita. Assim, num passe de mágica. Quem nunca se perguntou quais são os segredos que fazem a mágica acontecer? A resposta para essa pergunta que confunde a razão pelo que os olhos veem pertence a eles, os mágicos. Os segredos dos números não podem ser revelados, mas a curiosidade de quem vive a magia no dia a dia é contada nesta reportagem por Elimar Russi Filho, Gilson Ramiro e Edson Rogério da Silva. O primeiro faz mágica clássica, o segundo close up e o terceiro, mágica cômica. Três estilos diferentes, mas com um mesmo objetivo: encantar.
Hoje, a Associação dos Mágicos de Santa Catarina (AMSC) integra cerca de 30 mágicos, entre amadores e profissionais. Alguns vivem da arte da magia e outros, agregam outras atividades profissionais à rotina diária. A Associação promove workshops e cursos de reciclagem. O mágico blumenauense Elimar Russi Filho foi um dos fundadores da associação, há 12 anos. Hoje, atua como diretor de Relações Públicas da AMSC.
Entre as características de um mágico, Elimar aponta que ele deve ser elegante, nunca revelar o segredo, ter dedicação, treinar bastante – principalmente em frente a espelhos para perceber os diferentes ângulos – e ter ética. Ele comenta que os segredos não são revelados para não acabar com a magia e a revelação é proibida pelas associações. O palhaço-mágico Edson Rogério da Silva, o Tio Eddie, afirma que quando alguém pergunta o segredo, ele responde:
– A mágica é como uma piada: só se conta uma vez. Na segunda, perde a graça.
Dificuldades
Do outro lado da paixão pela arte mágica, está a dificuldade para viver apenas da renda dos shows. Ao mesmo tempo em que é mágico, Elimar já trabalhou como analista de sistemas e foi proprietário de uma lanchonete e de loja de informática em Blumenau. Hoje, atua como autônomo em sistemas elétricos.
– O maior desafio do artista é o incentivo e o reconhecimento – afirma.
A mesma divisão de tempo e atuações ocorre com Gilson. Além de fazer mágica close up, ele trabalha como vendedor.
– A cultura em Blumenau não vive 24 horas – comenta o mágico.
Já Tio Eddie vive da arte e não exerce nenhuma outra atividade além dos shows de mágica cômica.
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Foto:
RAFAELA MARTINS
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23/06/2012 | N° 12605
CAPA
Fabricantes de magia
Na época, em 1982, o pequeno blumenauense era considerado o mais jovem mágico do mundo. Os primeiros passes de mágica foram feitos para a própria família. Mas não demorou para ele apresentar shows em eventos empresariais e festas. A certeza de que este era o caminho a seguir veio com a conquista do primeiro lugar no campeonato estadual do Encontro Cultural do Mobral de Santa Catarina (Emobresc) de 1985, em Concórdia.
No ano seguinte, em 1986, aos nove anos, Elimar representou Santa Catarina num festival internacional de mágicos em São Paulo. Lá, foi premiado como revelação do ano. O incentivo da mágica veio do tio Ivo Hadlich, que era diretor do grupo teatral blumenauense Ribalta. O aprendizado foi através de cursos por correspondência. Hoje, os números de mágica que sabe fazer são incontáveis. Conhece mais de mil e faz shows personalizados.
Recompensa
Elimar se apresenta em cidades catarinenses, em aniversários, casamentos e festas diversas. Além disso, realiza shows em escolas catarinenses da rede pública com o projeto A Educação da Arte Mágica. Durante as apresentações, que duram cerca de 40 minutos, interage com a plateia.
– As pessoas se sentem parte da mágica. A maior recompensa é o reconhecimento do público e a intensidade dos aplausos – conta.
Entre os números estão os Arcos Chineses, clássico da mágica que ele apresenta ao longo da carreira, e Levitação da Mesa. Ele também engole a espada, número que treinou durante um ano quase todos os dias. Quando os números são novos, ele treina seis dias por semana, por no mínimo uma hora. As apresentações variam conforme a época do ano, mas a média é de quatro shows por mês.
Ele usava animais nos números, mas não os utiliza mais desde que eles foram proibidos em circos em Blumenau, em 2008. Hoje, o pequeno Rakoon, um furão artificial, faz parte de alguns números.
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